Por entre os caminhos - II temporada.




O caminho sem rumo


Foi por eles escolhido

Tanto se distrairam

Que rumo não resolviam

Contaram a vida toda

Da infância aquele dia

E tinham a sensação

que não mais segredo existia

não sabiam quanto tempo

estavam á navegar

apenas constataram que precisavam aportar.



Depois de muito navegarem

Por grandes e pequenos rios

E já terem se conhecido e aceitado o desafio

Raimundo e Gracinha desembarcaram

Numa ribeirinha vila

Onde pelo seu porto

Muitos barcos se via.



Nem bem desembarcaram

Foram logo interpelados

Por um homem que vinha

Com um cesto de pescado

Bom dia , meus senhores,

que negócios lhe trazem cá

É sua a bela mulher que está a lhe acompanhar?

Estou aqui de passagem vim meu barco abastecer

Devemos sair ainda hoje

Ao fim do entardecer

Temos um fardo de charque

Pra melhor negociar

E conseguir todas as coisas

Que cá viemos buscar

Charque aqui é raro

É coisa de muito valor

Me mostre a mercadoria

Que posso ajudar o senhor

Vamos lá na embarcação

Que eu vou lhe mostrar

E lhe peço sua ajuda

Para por aqui trafegar

Eu me chamo Raimundo

Como Santo Nonato

E ando por esse mundo

Com Das Graças no meu barco.

Eu sou Maria das graças

Como a nossa senhora

E com estou com Raimundo

Dividindo a vida agora

Já eu me chamo Carmito

E aqui sempre vivi

Conheci toda a gente

Que já esteve aqui.



Pois sejam muito bem recebidos

Na nossa humilde vila

Aqui se vive da pesca

e das coisas de plantar

e são muito esperados

os artigos de marretar

por isso o seu charque

bem rápido vai trocar.

Aqui se vendem vestidos

Perguntou Gracinha animada

Pra sua sorte esta aqui

Para uma empreitada

Um vendedor de roupas

Alegria da mulherada.

Se chama Zé do Castelo

E vem de quando em tempo

Mas é bom ter cuidado

Pois é dos maridos tormento

Gosta de apertar costuras

Na cintura das moças

E sempre trás largos vestidos

E suas agulhas na boca.

Raimundo olhou pra Gracinha

Com cara desconfiada

Mas rápido passou

Ao ver sua risada

Que lhe dizia faceira

Comigo não terá nada

Quando chegaram no barco

E Carmito viu o charque

Disse assim pra

Raimundo

Por que não diz onde andastes

De onde vem as coisas

Que a pouco me mostraste.

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